Eleições: uma reflexão sobre o amor de Jesus.

A democracia, por sua liberdade encantadora, é um sistema que apresenta significativas fragilidades, razão pela qual devemos empreender um esforço contínuo no aperfeiçoamento das leis e no desenvolvimento de políticas públicas e ações afirmativas em prol dos grupos mais vulneráveis. Uma democracia desprovida de avanços sociais tende a entrar em processo gradual de enfraquecimento quando as “lágrimas da fome” passam a ser a única forma de “livre manifestação” dos desamparados. A Bíblia diz: “Bem aventurado é aquele que atende ao pobre; O Senhor o livrará no dia do mal.” (Salmo 41:1)

Seja qual for o candidato eleito convém relembrar que é importante o fortalecimento do empreendedorismo com solidariedade naquilo que chamo de capitalismo fraterno. Ao contrário do que afirmam alguns pensadores, não reside nenhum mal no capitalismo democrático ou na livre iniciativa, o mal reside na torpeza e na ganância insaciável que corrompe qualquer modelo econômico.

A beleza do mundo criado por Deus reside justamente nas nossas diferenças. O progresso de uma nação tem relação direta com a capacidade de seus cidadãos de entender e respeitar essas diferenças. Impor uma forma de pensar pelo uso da violência sempre resultou em tragédias. O genocídio em Ruanda que ceifou mais de um milhão de vidas inocentes teve início em divergências políticas. Até nas Igrejas, um ambiente que deveria ser de amor, paz, fé e inclusão, irmãos Hutus assassinaram seus irmãos Tutsis e Hutus moderados a golpes de facão durante o culto. Uma versão aterrorizante e ampliada da tragédia de Caim e Abel.

Não podemos correr o risco de transformar em luto o que deve ser uma grande festa da nossa democracia. Se a implantação de uma ideia ou projeto político custar o sangue de um único homem, com certeza absoluta tal projeto nunca valerá a pena. No livro Espírito Santo – A Força Infalível do Amor, faço um alerta sobre o perigo de uma “direita radical” que acredita que é possível seguir Cristo sem amar, e de uma “esquerda radical” que acredita que é possível amar verdadeiramente sem Cristo. O amor é um Absoluto de Deus, e somente seremos reconhecidos como discípulos de Jesus “se nos amarmos uns aos outros”.

Não deixe de participar da festa da democracia, e quando for divulgado o resultado das eleições, ore pelo candidato eleito e pelo futuro do nosso Brasil. Jesus Cristo reina sobre as nações, Ele é o Rei dos reis e Senhor dos Senhores, e ninguém, absolutamente ninguém, tem poderes para frustrar os desígnios de Deus. O amor é a única força infalível, e só teremos progresso verdadeiro trilhando o caminho do perdão, do amor e da reconciliação.

Marques, Claudio Marques Rolin e Silva - Delegado de Polícia do Paraná, graduado em Direito pela UEL e em Teologia pela Faculdade Sul Americana - Coordenador de Ações da Comissão de Direitos Humanos Irmãos Naves. Idealizador do Plano Orientador Nacional de Segurança Pública – Planejamento Estratégico das Polícias Judiciárias. Autor dos livros Operação Sepulcros Caiados I – Desvendando a “face oculta” do Ministério Público Brasileiro e Espírito Santo – A Força Infalível do Amor. www.cdhirmaosnaves.com e www.operacaosepulcroscaiados.com.br